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Saiba onde descartar seus resíduos

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Até o início dos anos 80 do século passado, a grande maioria dos pais preferiam utilizar fraldas de pano em seus bebês. Mas, assim como ocorreu com as sacolinhas de mercado (que antes eram de papel), a praticidade dos modelos descartáveis fez com essas “inovações” tomassem conta do mercado. Segundo uma fabricante, a venda das fraldas descartáveis corresponde a mais de 90% do total e um bebê consome cerca de três mil fraldas ao longo de todo o processo em que o acessório é necessário.

As fraldas descartáveis são, geralmente, feitas de filme de polietileno (ajuda a evitar o vazamento do líquido para fora da fralda), polpa de celulose (absorve a água), poliacrilato de sódio (ajuda a reter a água), elásticos e adesivos termoplásticos. Além disso, há o uso de substâncias químicas que conferem um odor agradável ao produto, como o ftalato, que podem causar alergias nos bebês. E o pior: as fraldas demoram cerca de 600 anos para se decomporem no meio ambiente. Como há grande quantidade de itens plásticos, oriundos do petróleo, isso se configura em um problema ambiental, ainda mais que há a estimativa de que 2% de todos os lixões sejam compostos por fraldas descartáveis.

Evite o desperdício

Os fabricantes estão começando a utilizar produtos biodegradáveis. Existem fraldas feitas a partir de materiais de origem vegetal e renovável, que apresentam-se como bioplásticos, com decomposição total em até cinco anos. Há também absorventes que prometem se degradar em 45 dias, transformando-se em adubo para o solo. Porém, é preciso ficar atento para ter certeza se esses produtos são mesmo biodegradáveis ou se, na verdade, tratam-se de itens oxi-degradáveis. Esse último tipo, segundo alguns especialistas, não é uma das alternativas mais adequadas, pois os resíduos são quebrados em pedaços menores, devido à presença de aditivos, mas as moléculas plásticas continuam presentes no ambiente.

Reciclagem

A maior vantagem da reciclagem como processo é a minimização da quantidade de resíduos que precisa de tratamento final, ou seja, que necessita ir para um aterro ou ser incinerado. A empresa canadense Knowaste desenvolveu uma solução interessante e inaugurou, no Reino Unido, uma usina de reciclagem de fraldas infantis e geriátricas e de absorventes femininos sujos.

Funciona assim: o material orgânico é separado, seco e transformado em gás para a geração de energia; as fraldas e absorventes são esterelizados e passam por um tratamento químico que retira o gel absorvente de resíduos líquidos. Depois disso, o plástico é comprimido e triturado em pequenas partes, que podem dar origem a produtos como madeira plástica, telhas e outros materiais absorventes.

De acordo com os cálculos da empresa, esse processo pode evitar a emissão de cerca de 22 mil toneladas de carbono por ano.

Infelizmente, ainda não existe nenhuma empresa com modelo semelhante no Brasil, o que faz com que a reciclagem de fraldas descartáveis seja, por enquanto, inexistente no país. No entanto, há outras possibilidades.

Alternativas

O retorno às velhas fraldas de pano é a primeira opção. As modernas não precisam de alfinetes, são fáceis de usar e a pele do bebê não fica em contato com substâncias químicas que podem ser prejudiciais à saúde. Sem contar que elas representam uma grande economia para a família. Um kit de fraldas reutilizáveis requer um investimento maior, mas poder durar muito tempo. Uma pesquisa feita pela Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), em 2010, afirmou que não houve acréscimo de energia no que diz respeito a lavagens das fraldas de pano. A pesquisa também chegou à conclusão de que o uso do modelo reutilizável permite reduzir a quantidade de resíduos de um bebê em oito quilos por semana – o que equivale a uma tonelada por criança ao longo de todo o tempo em que é necessário o uso de fraldas.

Quando as fraldas de pano ultrapassam o período de vida útil (cerca de 800 lavagens), elas demoram apenas cerca de um ano para se decomporem na natureza. Elas também não utilizam tantos produtos químicos de difícil degradação, impactando menos o meio ambiente.

Mas, para que elas funcionem com precisão, é necessário adquirir também uma espuma absorvente reutilizável.

No mercado, também há as fraldas descartáveis biodegradáveis. Elas reduzem danos se comparadas com os modelos normais por terem embalagem externa feita de papelão, película externa produzida a partir de plástico vegetal, além de celulose certificada e de ter o processo de branqueamento feito sem o uso de cloro. No entanto, o PLA (que só se degrada completamente em um ambiente favorável – veja mais aqui), é parte integrante apenas da película externa. Os fabricantes não mencionam a composição da parte absorvente da fralda, que é mais complicada de ser descartada.


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