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As roupas sustentáveis surgiram para modificar a forma que consumimos moda

Mais do que economizar água e separar o lixo orgânico do reciclável, que tal vestir a camisa da sustentabilidade? Para diminuir o consumo e evitar a escassez de recursos naturais, estilistas, empresas e eventos de moda têm dado cada vez mais espaço às roupas sustentáveis em suas coleções. Feitas com materiais como fibras de garrafa pet, algodão orgânico, bambu, sacolas plásticas e até com guarda-chuvas, as roupas sustentáveis também utilizam mão de obra digna e justa.

A indústria têxtil é uma das quatro que mais consomem recursos naturais, de acordo com dados do Environmental Protection Agency (EPA). Nesse cenário, a busca por matérias-primas orgânicas, ou seja, cultivadas sem o uso de pesticidas ou inseticidas, ainda é o principal desafio do setor. A EPA estima que o uso de produtos químicos em plantações de algodão convencional chega a ser oito vezes maior que no cultivo de alimentos, e abrange cerca de 30% da utilização de pesticidas na Terra.

A moda sustentável é uma vertente que se preocupa em utilizar métodos que não produzam ou minimizem os impactos ambientais gerados no processo de desenvolvimento de produtos. Ela surgiu da necessidade de repensar a conduta da nossa sociedade, do ponto de vista ecológico. Da etapa de produção de tecidos ao consumo desenfreado e descarte de peças usadas, a humanidade tem extraído grande quantidade de recursos naturais não renováveis, poluído e degradado a natureza, sem se preocupar com as consequências disso.

 

Fast fashion

Ao longo da história, o vestuário se estabeleceu como uma forma de status social para diferenciar os nobres do restante da população. Isso ainda ocorre – e quando uma tendência se torna muito popular, ela é trocada por uma nova. Esse sistema resulta na fabricação constante de coleções com obsolência programada por estações e temporadas, conhecidas como fast fashions, comuns no comércio varejista. Os novos looks são rapidamente propagados pela mídia, que age refletindo e legitimando novos hábitos e tendências de mercado.

O consumo acelerado de roupas tem deixado grandes marcas no meio ambiente. Além disso, a indústria têxtil também fomenta a desigualdade sociocultural, pois muitas vezes utiliza empregos sazonais, informais e até trabalho escravo.

Moda e preservação ambiental podem parecer conceitos conflitantes, já que a primeira cria produtos com curtos ciclos de vida, e a segunda leva em conta durabilidade, sustentabilidade e reutilização de produtos. Contudo, algumas formas são mais propensas a mudanças do que outras. Os chamados “clássicos” têm design menos datado no tempo, e por isso têm maior longevidade.

Além disso, a moda é, sobretudo, uma expressão do estilo pessoal, que demonstra a criatividade e o senso estético de cada pessoa. Através da moda você pode expressar sua individualidade. Ao usar uma marca, você não está comprando apenas a beleza da peça, está legitimando todo seu processo produtivo e carregando o valor moral da empresa.

Se a loja onde você compra utiliza trabalho escravo ou infantil em sua confecção e descarta resíduos químicos nocivos de forma incorreta no meio ambiente, você está alimentando essas práticas. Também é preciso levar em conta que a falta de poder de escolha, devido a preços elevados de certas marcas, pode deixar os compradores de mãos atadas. Assim, de certa forma, os consumidores têm o poder de apoiar ou punir marcas por suas atitudes sociais e ambientais, e isso se dá por meio de nossas escolhas de consumo. Para isso, é essencial se informar sobre os produtos que o fabricante utiliza. Se você deseja se tornar um consumidor responsável e eco-friendly, deve se questionar como, onde e por quem foi feita aquela roupa que você irá comprar.

Muitas são as medidas que podem ser empregadas para reduzir os impactos socioambientais na indústria da moda. Existem inúmeros processos e momentos de decisão diante dos quais uma marca adota seu posicionamento e pode investir no paradigma do desenvolvimento sustentável. Nesse cenário, diversos estilistas, empresas e eventos de moda têm dado espaço às roupas sustentáveis em suas coleções.

Roupa sustentável para todos os gostos

Apesar de confeccionada com produtos alternativos, a moda sustentável pode oferecer roupas mais sofisticadas e opções variadas, como vestidos, sapatos e até acessórios. Quando a marca ou o criador decide apresentar uma linha ecológica, as possibilidades de produtos são as mesmas das coleções industriais. De acordo com a empresária e consultora Keka Ribeiro, hoje em dia temos opções de moda sustentável que vão da roupa de festa à lingerie. Os acessórios ampliam ainda mais as possibilidades para confecção, já que podem ser produzidos a partir de diferentes materiais.

Tendências criativas e sustentáveis na moda

Slow fashion

O slow fashion surgiu como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda. Ele se opõe ao fast fashion – sistema de produção de moda atual que prioriza a fabricação em massa, a globalização, o apelo visual, o novo, a dependência, a ocultação dos impactos ambientais do ciclo de vida do produto, o custo baseado em mão de obra e materiais baratos sem levar em conta aspectos sociais da produção.

A prática do slow fashion preza pela diversidade; prioriza o local em relação ao global; promove consciência socioambiental; contribui para a confiança entre produtores e consumidores; pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos; e mantém sua produção entre pequena e média escalas. O sistema que se configura com esse modelo de produção tende a ser mais justo para todos os envolvidos na cadeia de produção.

 

Upcycling

A técnica do upcycling consiste em, com criatividade, dar um novo e melhor propósito para um produto que seria descartado sem degradar a qualidade e composição do material. Um item que passou pelo upcycle normalmente possui uma qualidade igual ou melhor que a de seu original.

A prática reduz a quantidade de resíduos produzidos que passariam anos em aterros sanitários. Além disso, o upcycling diminui a necessidade de exploração de matéria-prima para a geração de novos produtos. No caso do plástico, isso significa menos petróleo explorado, menos árvores derrubadas no caso da madeira e, no caso do metal, menos mineração.

Isso tudo também resulta em uma economia significativa de água e energia, usadas tanto na exploração dos recursos naturais quanto na reciclagem, ainda que em menos quantidade nesse último caso. A prática do upcycling é um dos grandes exemplos da Economia Circular, que propõe que os resíduos sirvam de insumo para a produção de novos produtos.

 

Fair Trade

O Comércio Justo – Fair Trade, em inglês – aparece como alternativa às formas tradicionais de mercado e tenta estabelecer padrões de conduta mais justos. Uma das formas de assegurar que as peças compradas são produzidas de forma consciente, humanizada e responsável é procurar pelos certificados de Fair Trade, que contribuem para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores.

Eco moda

A eco moda (ou moda ecológica) parte do mesmo conceito do ecodesign e considera as consequências ambientais em todos os estágios de desenvolvimento de um produto. Nessa tendência, reduz-se o consumo de recursos e são escolhidos materiais e processos que colaborem para diminuir o impacto ambiental em todo o ciclo. Dessa maneira, há o uso de tecidos de fibras orgânicas e métodos de produção que minimizem a contaminação ambiental, evitando ao máximo produtos químicos poluentes, como os corantes sintéticos. Algumas alternativas são o algodão orgânico e fibras de abacaxi, de bambu e de cânhamo.

Ao pensar na sustentabilidade de um material, devemos considerar diversos fatores, tais como a capacidade de renovação da fonte, o processo de como a fibra é transformada em tecido e a pegada de carbono total do material. De acordo com a fundação Earth Pledge, mais de oito mil produtos químicos são utilizados na indústria têxtil e 25% dos pesticidas do mundo são empregados no cultivo de algodão não orgânico. Os esforços para encontrar medidas que reduzam os danos à natureza durante o cultivo de matéria-prima, a produção e o transporte tornam a moda sustentável tipicamente mais cara do que a fabricada por modelos convencionais.

Zero-waste fashion

O conceito de zero-waste fashion se refere à produção de vestimentas e acessórios cuja fabricação gera pouco ou nenhum resíduo. Ele faz parte do movimento eco fashion e elimina o desperdício durante a fabricação dos produtos. Nesse modelo, além de reutilizar retalhos para fazer detalhes de peças, o designer escolhe padrões que utilizem o tecido de forma eficiente, criando uma peça de roupa sustentável do início ao fim.


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