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Dieta cetogênica recomenda reduzir ingestão de frutas e vegetais de raiz e tubérculos, podendo ser perigosa

A dieta cetogênica é um plano alimentar que tem como objetivo aumentar o consumo de alimentos ricos em gordura, como carnes e queijos, e reduzir a ingestão de carboidratos.

Os defensores desta dieta afirmam que ela tem benefícios contra diabetes, câncer, epilepsia e Alzheimer, mas ela pode ser perigosa. Ela recebe esse nome porque expõe o organismo a um estado metabólico chamado cetose. A cetose é caracterizada pela privação da glicose produzida através dos carboidratos, fazendo com que os rins sejam responsáveis pela criação de corpos cetônicos a partir da gordura. Quando isso acontece, o organismo aumenta a eficiência na conversão de gordura em energia.

Como fazer a dieta cetogênica?

A dieta cetogênica padrão recomenda a ingestão de 75% de gordura, 20% de proteína e 5% de carboidratos. Um estudo descobriu que pessoas que seguem uma dieta cetogênica são 2,2 vezes mais propensas a perda de peso e queima de gordura corporal do que pessoas que reduzem calorias e gordura. Ela também pode ser benéfica para pessoas com diabetes tipo 2, pois diminui os níveis de açúcar e melhora a sensibilidade à insulina, melhorando o bem estar dos pacientes.

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Calorias: elas importam?

Na dieta cetogênica são evitados os seguintes alimentos:

  • Refrigerantes
  • Suco de frutas
  • Bolos e sorvetes
  • Cereais
  • Trigo
  • Arroz
  • Massas
  • Frutas
  • Ervilhas, feijões, lentilha e grão-de-bico
  • Batata e batata-doce
  • Cenoura
  • Molhos
  • Óleos refinados
  • Maionese
  • Álcool
  • Processados e ultraprocessados

Por outro lado, os alimentos que fazem parte do cardápio da dieta cetogênica são: carne vermelha, presunto, peixes, salsicha, bacon, frango, peru, ovos, queijos, azeite de oliva, óleo de coco, óleo de abacate, folhas verdes, tomate, cebola, pimentão, sal, especiarias, castanhas e sementes, como a de chia e a de abóbora.

Possíveis benefícios

Uma revisão bibliográfica feita pelo portal Healthline concluiu que a dieta cetogênica pode melhorar quadros de doença cardíaca, câncer, mal de Alzheimer, epilepsia, mal de Parkinson, síndrome do ovário policístico, lesões cerebrais e acne (confira aqui os estudos a respeito: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14). Um estudo ainda concluiu que esta dieta pode ajudar a aliviar os sintomas de abstinência do álcool. 

Perigos

A dieta cetogênica é desequilibrada do ponto de vista nutricional, devendo ser feita sob o acompanhamento e a recomendação de um nutricionista ou nutrólogo. Alguns nutricionistas afirmam que ela pode ser perigosa para a saúde. Alguns riscos da dieta cetogênica incluem:

  • Desidratação
  • Colesterol LDL (ruim) elevado
  • Hipoglicemia
  • Deficiência de vitaminas e minerais
  • Hipocalcemia (falta de cálcio)
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Aceleração de batimentos cardíacos
  • Excesso de gordura no fígado
  • Cirrose
  • Cálculo renal
  • Ácido úrico elevado
  • Excesso de gordura no sangue
  • Problemas em órgãos vitais
  • Distúrbios alimentares
  • Alterações no ritmo circadiano

De acordo com um estudo, a dieta cetogênica pode não funcionar tão bem para mulheres. No entanto, mais pesquisas precisam ser feitas para que essa informação seja confirmada.

Além disso, a dieta cetogênica é uma dieta que exclui o consumo de carboidratos, micronutrientes essenciais e que são usados como fonte de energia.

É insustentável

Cerca de 70% da população mundial está largando ou reduzindo consumo de carne, e isso não é à toa. Alimentar-se de vacas, porcos, frangos e derivados animais está cada dia mais relacionado a impactos socioambientais significativos. Muito se diz, inclusive, que uma atitude sustentável começa pela escolha dos itens da composição de um prato.

Afinal de contas, a produção agropecuária é uma das maiores emissoras de gases do efeito estufa, poluidora de solos, rios e atmosfera, com agrotóxicos, hormônios e combustíveis fósseis emitidos durante a colheita de grãos que servirão de ração para alimentar o gado e outros animais.

Ainda que se opte por consumir peixes acreditando ser saudável ou eco-friendly, há um engano nessa atitude, pois a maior parte do pescado está relacionada a uma prática nociva chamada pesca fantasma. E boa parte de peixes considerados saudáveis, como o salmão, seja criado em cativeiro ou selvagem, está contaminada por mercúrio e PCBs.

Portanto, fazer a dieta cetogênica pode não ser uma prática sustentável a longo prazo.

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Como parar de tomar refrigerante e por quê

Crueldade animal e impactos ambientais

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Foto de Bernd 📷 Dittrich na Unsplash

Sem falar sobre questões envolvendo crueldade, deixar de consumir derivados animais é mais efetivo contra gases-estufa do que deixar de andar de carro. Além disso, uma pesquisa mostrou que, se todos fossem veganos (vegetarianos estritos), oito milhões de mortes anuais seriam evitadas e a poluição diminuiria em dois terços!

Outro estudo, publicado na revista The Lancet, concluiu que a produção e o consumo de alimentos devem mudar drasticamente para evitar mortes e danos catastróficos para o planeta. Segundo a pesquisa, aderir ao veganismo é a forma mais efetiva de salvar o planeta.

Por isso, não sendo uma recomendação médica e sua saúde estando em dia, procure evitar dietas com uma pegada de carbono elevada, como as que recomendam alta ingestão de derivados animais. Além de ser perigoso para sua saúde por não ser uma dieta equilibrada, faz mal para o planeta. Ainda que você consuma vegetais cultivados com agrotóxicos, saiba que eles possuem menos substâncias nocivas que derivados animais.

Isso porque a maioria dos agrotóxicos utilizados no cultivo de ração animal, como o glifosato, possui uma característica lipossolúvel, e se bioacumulam na gordura ao longo da vida do animal. Para se ter uma ideia, uma análise mostrou que agrotóxicos organoclorados estão presentes em maior quantidade no leite materno de mulheres que comem carne, em comparação com as vegetarianas.


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